Com sede no município de Harmonia, a 70 quilômetros de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a Cooperativa Ouro do Sul atua há mais de 80 anos produzindo carnes bovina e suína, porcionados e embutidos.
Assentada no tripé qualidade, responsabilidade social e valorização dos associados, oferece mais de 200 produtos aos seus consumidores. O principal mercado de distribuição é o gaúcho, mas comercializa em mais estados brasileiros, abastecendo supermercados, minimercados, açougues, restaurantes, hospitais, cozinhas industriais, entre outros.
A Ouro do Sul conta com um parque industrial estruturado para o abate de suínos e bovinos, sala de desossa para processamento e porcionamento dos cortes de carnes, além da produção de embutidos. Possui, ainda, uma fábrica de rações, três supermercados (localizados em Harmonia, São José do Sul e Salvador do Sul), uma Unidade Produtora de Leitões (UPL), com capacidade para produzir 120.000 leitões por ano, e um posto de combustíveis.
Atuando em todas as fases do processo de produção, a Ouro do Sul zela pela qualidade de seus produtos e conta com uma equipe de funcionários treinados para produzir de acordo com boas práticas de fabricação e programas de controle de qualidade criados pela própria empresa, com apoio e monitoramento do Serviço de Inspeção Federal.
Junto ao associado, desenvolve programas de produção integrada de suínos, acompanhando desde a escolha das raças, até a produção dos leitões, a engorda e o abate. O acompanhamento é feito por meio de assistência técnica que orienta os produtores sobre o manejo, sanidade e nutrição. O fornecimento de rações balanceadas, produzidas pela própria cooperativa, resulta em animais sadios e matéria-prima de qualidade, que é processada no seu frigorífico.
A cooperativa também se preocupa com questões ambientais e mantém um sistema de tratamento de efluentes, cujo grau de confiabilidade permite o reaproveitamento de grande parte da água tratada, evitando o consumo excessivo de água potável.
A Cooperativa Ouro do Sul foi criada em 29 de julho de 1935, originalmente como Cooperativa de Productos Suínos do Cahy Superior, por um grupo de 38 produtores rurais, cujo objetivo era industrializar os suínos produzidos pelos associados.
Sua fundação está intimamente ligada a um contexto maior de cooperativismo entre os imigrantes alemães no Rio Grande do Sul, o que se iniciou em 1902, com a criação das Caixas Rurais – hoje o Banco Sicredi – pelo padre suíço Theodor Amstad.
A motivação para fundar a Ouro do Sul foi a dificuldade de transporte da produção suína para Montenegro, município localizado a 25 quilômetros de Harmonia. Na época, as estradas encontravam-se em condições precárias e a viagem poderia levar até dois dias.
Liderada pelo então primeiro presidente da cooperativa, Miguel Menz, a construção do matadouro tornou-se realidade e foi inaugurada em janeiro de 1938. A partir de então, a Ouro do Sul começou a industrializar a produção, que tinha como produto principal a banha.
Em 1943, já contava com o Serviço de Inspeção Federal e iniciava o abate de bovinos exclusivamente para o consumo dos associados.
No final da década de 1950, a popularização do óleo de soja impôs desafios à cooperativa, uma vez que forçou a diminuição do consumo de banha no preparo dos alimentos e prejudicou a suinocultura. Durante a ditadura militar, a partir de 1964, as condições agravaram-se, pois as políticas instituídas pelos militares desestimulavam o cooperativismo.
Na década de 1970, surgiram mais desafios. O governo federal impôs novas regras, exigiu a implantação de melhorias no matadouro e a construção de um novo sistema de esgoto – tudo com prazo de adequação de 90 dias.
Em 1967, uma reforma tributária já havia retirado das cooperativas a isenção de impostos federais e, diante da nova realidade, foi preciso atravessar os obstáculos com auxílio dos associados e com o apoio de um empréstimo do BRDE.
Em 1980, mais dificuldades apareceram e, na década de 1990, foi preciso renegociar as dívidas junto a credores. Na ocasião, os agricultores emprestaram dinheiro e foram promovidos eventos, como bailes e festas, para arrecadar fundos. Na ocasião, foi assim que a cooperativa manteve-se firme e saudável: a partir da união e do espírito cooperativo de quem trabalha e se dedica para ela.
Mais de 80 anos após sua fundação, a Ouro do Sul é uma das cooperativas mais antigas do Rio Grande do Sul e continua a fazer diferença na vida dos seus associados e dos produtores rurais, contribuindo para o desenvolvimento da região do Vale do Caí e do estado.
A Cooperativa Ouro do Sul conta com estruturas que garantem a qualidade de todo o ciclo de produção, que envolve a produção de leitões, a fabricação de ração balanceada, a engorda dos suínos através da parceria com seus associados e, por fim, o abate e a industrialização dos cortes de carnes e embutidos.
Assim, oferece ao consumidor um produto com garantia de procedência e responsabilidade social. Confira, abaixo, mais informações sobre cada estrutura.
Com unidades nas cidades de Harmonia, Salvador do Sul e São José do Sul, a cooperativa oferece produtos com qualidade de fornecedores parceiros a um preço acessível e de forma diferenciada a seus associados e clientes. Além das lojas, há vendedores externos que fazem os pedidos junto aos associados e clientes, para entrega posterior nas suas residências.
O frigorífico é a principal atividade da Cooperativa Ouro do Sul, com um abate anual de 36.000 bovinos, 120.000 suínos e fabricação de 2,4 milhões de quilos de embutidos com marca própria.
Com o crescimento da parceria entre a cooperativa e seus associados, nas atividades de produção integrada de suínos, em 2002 foi decidido investir na construção de uma Fábrica de Rações, objetivando suprir a necessidade de consumo de rações balanceadas que garantam a máxima qualidade dos suínos produzidos.
Conta com uma área construída de 600 m² e tem capacidade de produção de 3.500 toneladas por mês.
Com o aumento das vendas e a exigência do mercado por produtos com padrão de qualidade, a cooperativa realiza constantes investimentos para desenvolver o sistema de produção integrada de suínos, o que envolve melhoramentos genéticos, assistência técnica, treinamento e qualificação dos associados, cuidados com o meio ambiente, objetivando a sustentabilidade de sua produção e viabilizando a manutenção dos produtores na atividade.
Este crescimento, que despertou o interesse de novos associados na adesão ao sistema de produção integrada, fez com que a cooperativa investisse em uma granja própria de produção de leitões, a Unidade Produtora de Leitões (UPL), com capacidade de alojamento de 4.200 matrizes e potencial de produção de, aproximadamente, 120.000 leitões por ano.
A cooperativa mantém um Posto de Combustíveis da bandeira Shell, no centro de Harmonia, para abastecimento da frota própria e para atendimento de seus associados e clientes.
O cooperativismo é mais do que a união de pessoas em torno de um objetivo em comum. Ele tem uma função social importante, pois auxilia produtores rurais, associados e colaboradores a se desenvolverem economicamente em suas atividades, por meio de valores como democracia, participação e transparência. Há mais de 80 anos, é isso que move a Ouro do Sul e torna a carne diferenciada: a dedicação que cada produtor rural coloca no cuidado com os animais e a posterior união para fortalecer uma cadeia de cooperados.
Conheça, abaixo, dois produtores rurais associados à Ouro do Sul, que explicam como ser sócio da cooperativa oferece garantia de renda e torna-se vantajoso socialmente.
Décio Nonnemacher é sócio da Ouro do Sul há 10 anos, mas seus pais também vendiam suínos para a cooperativa. Ele possui 1600 animais alojados em três galpões e resume: “Há uma relação de confiança maior entre a cooperativa e o produtor. Temos a segurança de criar e ter venda garantida da produção”. Este é um dos pilares que guiam a Ouro do Sul: todos os associados têm a venda da criação garantida, o que dá segurança econômica a eles. Nonnemacher também destaca a proximidade entre os produtores e a diretoria. Para resolver um problema ou tirar dúvidas, todos os encarregados são acessíveis e ele não precisa recorrer a intermediários na comunicação.
Cláudio Schuh é sócio da Ouro do Sul há 36 anos e foi pioneiro na criação de bovinos no sistema integrado. “Vender para a cooperativa é bem melhor, porque ela é dos associados, o que nos dá uma garantia maior”, destaca. O produtor rural cria em torno de 130 bovinos de corte em sua propriedade, localizada na cidade de Tupandi. Além da forte representação junto aos produtores e associados, a Ouro do Sul é fundamental na economia gaúcha e na região do Vale do Caí, contribuindo na arrecadação do ICMS e na geração de empregos diretos e indiretos.
Na Ouro do Sul, comercializamos parte de nossa produção por meio da Compra Institucional do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) do governo federal, liderado pelo Ministério do Desenvolvimento Social. Assim, possuímos, em nossa cartela de clientes, o Exército Brasileiro, hospitais, escolas gaúchas e prefeituras de vários estados
O modelo fortalece a agricultura familiar e valoriza produtores rurais, ampliando o acesso à alimentação de qualidade. Em nosso caso, é mais uma oportunidade de abastecermos a população com carne de qualidade, fortalecendo nosso modelo de trabalho cooperativo.
A legislação determina que, pelo menos, 30% dos alimentos adquiridos para suprir órgãos públicos venham da agricultura familiar